sábado, 31 de janeiro de 2009

De volta à estrada

Quando entrei no ônibus que leva da pequena Ocotlán à cidade de Oaxaca, onde estou hospedado, restava apenas aquele maldito banco que fica localizado exatamente onde está o eixo do ônibus e as rodas. Sentei na poltrona que ficava no corredor, porque as pernas não serviam. Em seguida, um senhor entrou no ônibus e viu o lugar vago. Fez cara de cu, mas não abriu a boca. Até que eu o cutuquei e perguntei se queria sentar-se. E aí sua feição já mudou. Ele sentou, meolhou e soltou um “thank you very much”. Respondi com um “por nada”. “Usted habla español?”. “Si, hablo”. E a partir daí a conversa foi uma delícia. Juan Hernandes (me mostrou até a identidade) trabalha na terra, em terras que não são tuas. “A terra não é de quem trabalha, é de quem tem dinheiro e manda os outros trabalharem”, descreveu. Tem nove filhos. Um deles está nos Estados Unidos, onde ganha a vida do jeito que pode. É professor de física, mas não conseguia emprego no México. Os outros todos estão estudando. “Siempre hice inversiones em los estúdios de mis hijos”, falou com orgulho. Não lembro o que cada um faz, mas sei que dois são veterinários e uma é professora.
Juan se queixou do país um bocado. Do governo Panista, principalmente. E disse que a repressão no sul do México é absurdamente forte. “Aqui nos matan como se estuviesen cortando las uñas. Nadie habla nada porque tiene miedo”, referindo-se á perseguição aos jovens e aos herdeiros de indígenas por parte de quem manda no país. Disse que o povo quer terra e, mais que isso, dinheiro para poder trabalhar a terra. Me disse que, ao me ver, pensou que eu era americano. “Hay gente buena em los Estados unidos, pero la mayor parte no me gusta”, disparou, antes de lamentar a parceria do seu país com o que fica ao norte. “Hoy nuestro presidente esta viajando para hablar sobre el masacre em la Palestina”. Nâo entende - assim como eu – como podem deixar Israel fazer o que faz. Ou melhor, entende – assim como eu: “porque reciben la ayuda y lãs armas de los Estados Unidos”. Antes de baixar d ônibus, me cumprimentou, desejou o melhor para minha família e para mim e disse para eu aproveitar em Cuba: “me usta mucho la política de Castro”.
Buenas, aqui em Oaxaca há manifestações pró-Palestina em todas as partes. Já haviam me dito isso – e se confirma que quanto mais ao sul eu for, mais gente engajada políticamente vou encontrar. Afinal, é nessa região que estão os estados mais pobres. É aqui que estão os zapatistas. Mas é aqui também que o exército e a polícia reprimem mais.

Adiós D.F.

Deixar a cidade do México para trás me doeu mais do que imaginava. No fim das cntas, fiz boas amizades no albergue, especialmente com as gurias que trabalhavam nele, assim como também com os japoneses na escola de espanhol. As primeiras providenciaram uns cartões postais do Zocalo, que sabiam, era a minha região preferida da cidade e escreveram mensagens que vou guardar pra sempre. Já os amigos japoneses me chamaram para um bar para beber. Tava muito engraçado, ainda mais que se emborracham logo.
O problema de ficar muitos dias sem escrever é que se esquece fácil do que ficou pra trás. Mas vou tentar recapitular um pouco. Buenas, fui a dois jogos de futebol. Um do Cruz Azul contra o Atlas. Massacre de 4 x 0 para os donos da casa. O outro do Pumas contra o Santos. Mísero 1 x 0 com golzinho de pênalti. Apesar do resultado, o bom mesmo foi o segundo, no Estádio Olímpico de 1968. O futebol deixa um pouco a desejar, mas a torcida é divertida e bem apaixonada. Os hábitos alimentares também são algo... Acho que já escrevi isso, mas repito: o esporte nac ional mexicano é comer. Caraca, onde você for vai encontrar comida, com certeza. E nos jogos não é diferente. Passa gente vendendo tudo quanto é tipo de comida. E é impressionante o quanto se come. Claro que tudo apimentado e, por isso, a cerveja é uma questão de tempo. No estádio do Pumas, elas vinham em verdadeiros baldes. Não é uma queixa, só uma contestação, afinal, não posso cuspir no copo em que bebi!
Oura coisa que fiz foi percorrer o bairro de Coyocán todinho. Já havia estado por lá, no Museu da Frida, mas não tinha dado ao bairro a atenção que todos me diziam que ele fazia por merecer. De fato, o lugar e bonito, acolhedor. Aproveitei para passar pela casa do Trostski. Mas não pude entrar, porque estava fechada.
Ah, também fui à Basílica de Guadalupe, que já supera o Vaticano em número de visitantes. O complexo formado pela nova e velha Basílicas, a Capilla Del Cerrito, o Templo Del Pocito e pela Capilla de los índios é muito bonito. Há ainda outras atrações, como um gigantesco relógio em que há apresentações da história das aparições da virgem e, ao seu redor outras marcações de tempo, como o calendário azteca. Muita gente entra no complexo religioso de joelhos e vai dessa forma até o interior do templo principal. No pátio, há de tudo, de dança folclórica a vendedores de chicharrones. O lugar é bonito, creio que quem vai ao México deve conhecê-lo, mas tenho certeza de que os “meu Deus” que eu dizia diante do que via tinha um sentido bem diferente daqueles que iam até ali por fé.

Tlatelolco

Em Tlatelolco está a Plaza de las Tres Culturas. Recebe esse nome porque numa área relativamente pequena, há prédios que representam três fases da história mexicana; o templo mexica de Tlatelolco, que foi uma cidade gêmea à de Tenochtitlán; o Templo de Santiago, construído pelos espanhóis com as pedras da antiga cidade azteca; e também prédios modernos. Mas talvez o lugar seja mais conhecido, hoje, pelo massacre de 1968, quando o governo mandou abrir fogo contra centenas de jovens manifestantes que faziam uma manifestação às vésperas da Olimpíada. Mais de 300 jovens morreram, ainda que as estatísticas oficiais apontem bem menos.
Teotihuacán

Os egípcios que me desculpem, mas Teotihuacán é fundamental. Situada 50 quilômetros longe da cidade do México, essa verdadeira relíquia impressiona pelo tamanho e pela beleza. Suas duas maiores estruturas são as pirâmides da lua e do sol, sendo a segunda a terceira clocad ano ranking mundial de pirâmides. Tudo é grandioso. A calçada dos mortos, que corta a cidade de um lado a outro deve ter bem uns 5o metros de largura e é cercada por antigos prédios onde chegaram a viver 250 mil pessoas. O Palácio de Tapantitla, que requer um fôlego extra do visitante porque está do lado de fora do parque, reserva o palácio Tlalocan, ou seja o Paraíso de Tláloc (que era o Deus da chuva). Ali estão preservadas pinturas impressiontes do deus e de hábitos como o jogo de pelota.

Top 5

Como fã do Alta Fidelidade, não podia deixar de eleger as cinco melhores coisas da estada na Cidade do México:
1. Teotihuacán
2. Zócalo: a praça principal da cidade é tudo de bom. Seja pela gente de todo o tipo, cor e tamanho que circula por ali, seja pelos exuberantes prédios que o rodeiam.
3. Bosque de Chapultepec: uma paixão dos locais, o Bosque é um dos principais destinos nos finais de semana e reúne alguns dos principais atrativos culturais da cidade em seu interior ou imediações.
4. Frida e Diego: ver as obras de Frida em sua casa ou nos museus de arte, bem como contemplar os fantásticos murais de Rivera é demais.
5. Gente: os mexicanos da capital são, ao mesmo tempo, mais fechados e mais abertos que os de outras partes. Como em todas as metrópoles, às vezes caminham como se não prestassem atenção a ninguém. Mas quando são abordados, sempre estão dispostos a ajudar, ainda que tenha um evidente problema de direção (sempre confirme com mais dois a informações que você pediu).

Oaxaca

Me falaram tanto de Oaxaca, que confesso que estou decepcionado. Só em um sentido não exageraram. A comida é muito boa. É a mais famosa do México. Cidade é bonita, cheia de prédios cloniais, com uma praça central belíssima, algumas igrejas interessantes. Mas nada tão espetacular.
Hoje me mandei para Monte Albán, onde estão as ruínas de uma antiga cidade Zapoteca e que é famosa pelos “Danzantes”, figuras gravadas nas paredes de um dos prédios e que são bastante peculiares. Inicialmente, em razão de sua disposição e do aparente “movimento” das imagens, pensou-se que estavam dançando. Mas atualmente se sabe que retratam prisioneiros de outras tribos que eram oferecidos aos deuses. Em muitas das figuras as genitálias estão mutiladas, o que significa que os órgãos sexuais eram cortados como oferta aos deuses ou para serem utilizados em rituais de fertilidade. O lugar é muito bonito, mas depois de conhecer outros mais bem conservados, o impacto fica menor..
Ontem fui a Ocotlán, cidadezinha que fica a uns 50 km daqui, porque havia mercado. As comunidades de toda região migram para lá para vender de tudo: galinha, bode, roupa, comida, artesanato...Comi uma deliciosa empanada de Chile Amarillo, provei e comprei mamey, uma fruta ótima que desconhecia. E também adquiri alguns famosos alebrijes, tipo de artesanato local. São bichos de madeira pintados de uma forma bastante original e colorida. Depois segui com o ônibus (aquele em que conheci o Juan) a San Bartolo, localidade famosa por seus artigos de “barro negro”. Fui na Casa Doña Rosa, onde essa técnica foi “redescoberta” há algumas décadas. Os primeiros exemplares de cerâmica negra foram descobertos na região por arqueólogos no Monte Albán, e Rosa desenvolveu o método pelo qual conseguia replicá-los. Tudo feito naturalmente. As peças são muito bonitas e resistentes. E o neto dela, Valente, que trabalha há 698 anos com cerâmica, faz uma demonstração de como preparar um vaso que humilha gente com pouca habilidade artística como eu...
Buenas, vou nessa e tentar ser um pouco mais rígido comigo para escrever com mais freqüência. Amanhã parto para San Cristóbal de las Casas. De lá vou a Chetumal. De Chetumal a Cancun. E de Cancun para a Ilha.
(.P.S. depois reviso o texto)

Beijos e abraços

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Ao som da maraca, do tambor do bambu...

...eu vou pra lha de Cuba, eu vou pra Ilha de Cuba! Não vou numa caravela, nem na Santa Maria, mas vou feliz depois de achar que não permitiriam meu regresso á terra de Fidel e da Revolução. Pois bem, se o visto de jornalista não saiu no Brasil, no México descolei o de turista. Agora é definir a data, comprar a passagem e ser feliz por lá, país que tanto venero. Quem acompanha a trajetória de preparação dessa viagem, sabe o quão importante é para mim passar por esse destino. E felizmente consegui. Mas enquanto a Ilha não se torna realidade...

...vou curtindo o México
Bem, começo pelo pastelão da luta-livre. Fui junto com uma americanada que apareceu aqui pelo albergue e queria muito ver os combates hilários. Aqui luta-livre é coisa séria até a página três. É uma verdadeira festa, com muito riso, gritos ensaiados da torcida - que xinga desde a mãe do lutador ate o próprio. E o enredo dos embates é basicamente o mesmo. Os marmanjos entram, começam a trocar provocações até que o juiz da início ao duelo. A cada noite de espetáculo são cinco lutas, dos principiantes aos campeões mundiais. E dá para perceber bem a diferença entre os experientes e os novatos, nos golpes ensaiados. Alguns divertidíssimos como o verdadeiro “amassa-saco”, em que dois lutadores seguram o adversário de pernas abertas e um terceiro voa das cordas do ringue e “acerta” os países baixos do oponente. É tudo orquestrado. As lutas terminam na terceira caída e “coincidentemente” sempre há um empate de 1 a 1 que leva ao decisivo round. Durante o combate vale lutar do lado de fora do ringue, marmanjo cair sobre a torcida, enfim, pastelão total. Mas vale o ingresso – que é bem barato – por tratar-se de uma verdadeira paixão nacional mexicana.
Buenas aproveitei esses dias para conhecer também o museu da revolução. No monumento à revolução, que é gigantesco e fica sobre o museu, estão os corpos de personalidades que tomaram parte no conflito, como Pancho Villa. O museu é bastante simples, mas um dos melhores que vi até agora pela qualidade das informações. Ricas, diretas e que permitem entender bem os motivos para que a luta começasse. E é impressionante ver – e dá um pouco de vergonha quando penso na nossa história – o número de vezes que os mexicanos se levantaram contra a exploração. Infelizmente, apesar dos pequenos êxitos, fica claro que, como em boa parte dos feitos históricos latino-americanos, a seqüência dos fatos normalmente traz traição à causa por quem ocupa o poder.
Na sexta, fui conferir o show do Kataklysm, no Hard Rock Café. Amigo Victor – para quem não sabe, é meu grande parceiro de shows de metal e também o único headbanger cearense que conheço -, valeu cada minuto. Os caras tocaram muito, estavam empolgadíssimos. Oi bom pra caramba, apesar da chuva fina que tomei na cabeça no percurso, combinada ao frio de quase zero graus que assolou o México na semana passada.
Também fui ao mercado de La Merced em busca dos benditos uevos de hormiga, mas não tive sucesso. Mas não tem problema, rolou um bom de um queijo oaxaca, que é tradicional aqui (e parece borracha), bem como um mole poblano de primeira categoria que continuo a devorar aqui no albergue quase que diariamente.
Na semana passada o albergue tava bem divertido, já que rolou um quarto latino. Eu, Haizea, uma espanhol – ou melhor, uma basca, já que ela tem asco de espanhóis -, Miguel, um mexicano e Jaime, um colombiano. Pessoal muito gente boa, bons bate-papos sobre política, literaura, música, etc. Creio que foi a melhor combinação no dormitório até agora. Mas, como tudo que é bom dura pouco, foram só quatro dias de convivência e cervejada.
O curso de espanhol vai bem. A turma cresceu de cinco para onze pessoas das quais nove são japoneses. Umas figuraças, super animados. E fiquei lisonjeado com o fato de quase todos terem me pedido para ficar uma semana mais ou aind amais tempo. Dizem que “la clase sin usted és aburrida”, Não entendo bem o motivo, já que falo o essencial, mas achei bacana demais. Hoje fomos todos ao cinema, ver El Che, que é uma baita filme (eles não gostaram). E amanhã vamos ver uma das japas trabalhar como Dj num boteco daqui. Isso vai ser histórico. Eu escutando música eletrônica...Mas vá lá, o que importa é a parceria.
No final de semana fui ao Bosque de Chapultepec outra vez epor casualidade encontrei Tomo e Eri, duas das japonesas que são minhas colegas e rumamos ao Museu de Arte Moderna. Foi divertido e valeu a pena ter movido o esqueleto para ver “Las dos Fridas”, de Frida Kahlo. Depois me convidaram pra jantar. Quem adivinhar que tipo de comida, ganha um doce (risos). Claro que japonesa. Matei a saudade do Guioza. Mas por outro lado se fortaleceu meu desejo, que está se tornando permanente, por uma feijoada e por um churrascão!
Beijos e abraços,
Gu

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Cradle of Filth, mais templos e entretenimento


Uma banda de metal com dono tem seus lado positivo e negativo. O negativo (primeiro a notícia ruim) é que os demais músicos, algumas vezes, se portam com a emoção de samambaias quando estão no palco, como aconteceu no último domingo, na apresentação do Cradle of Filth, no México. A parte boa é a de que que o líder do grupo de esforça para manter a reputação, como também pode ser visto no mesmo espetáculo. Dani Filth não pára um minuto sequer no palco. Chama o público a todo o momento e se esgoela constantemente para manter o astral em alta - para quem não sabe, os gritos dele são uma "marca" registrada do grupo. Mesmo "montado" com sua roupa peculiar e sua plataforma de 20 cm (Dani é um tampinha que mesmo de salto alto é mais baixo que a tecladista boazuda que o acomapnaha), ele agita pra caramba e sacode o pescoço como, sinceramente, eu nunca tinha visto antes. Quando crescer, que ser um headbanger como ele.

O show foi no Circo Volador, um centro cultural onde são desenvolvidos projetos socioculturais que ajudam à juventude pobre da cidade do México a encontrar um refúcio na música e artes associadas a ela, como o grafite. Há inclusive um estúdio de gravação que pode swer utilizado pela gurizada para registrar sua obra. O lugar também é muito bom para ver uma banda em ação, já que é bem íngreme. O começo da soe do Cradle foi prejudicado por um som confuso e com os vocais baixos. Mas isso só por duas músicas. Na terceira, a clássica The Principle of Evil Made Flesh, o som já estava perfeito e o público foi ao delírio. Aí a pauleira comeu solta até o fim da apresentação. Os mexicanos são realmente muito comportados, não rolou nem pit, oq ue torna a cena um pouco fria para os padrões convenconais. Mas foi divertido. Agora é esperar pela sexta-feira, quando se apresenta o Kataklysm, no Hard Rock Café daqui. Não creio que vá combinar muito bem a música como lugar, mas quem sabe...

Finde


O final de semana foi bacana. No sábado, voltei ao Zocalo, centrão da cidade. Fui visitar o Palácio del Gobierno, que é lidíssimo e ainda mais legal por conta dos murais de Diego Rivera que contam a história do País. Estava vestindo a camiseta do Seultura que, por motivos que não souberam explicar os guardas do lugar - insistiam em falar um inglês incompreensível mesmo depois de eu avisar que sou brasileiro -, chamou muito a atenção deles. Um cutucava o outro pra ver. Enfim, mistério...Do palácio até a Catedral são cinquenta metros pela praça. Nesse percurso, dá para ver um bocado de regalitos á venda e também alguns grupos que, caracterizados como aztecas, interpretam músicas com tamores e músicas que, dizem, são do tempo em que os mexicas (aztecas) mandavam por aqui. Bem, sobre a catedral, só posso dizer que é a igreja mais impressionante que já vi na vida. Enorme, com ouro pra todos os lados. Linda pra caramba, ainda que tenha sido erguida a custa de muito sangue. À frente dela, deixaram alguns pedações de escavações antropológicas à mostra, que permitem ver que ali estava a cidade de Tenochtitlán, o Templo Mayor dos maias, que foi - já falei sobre ele anteriormente - construído, segundo a lenda, onde os indígenas avistaram a uma águia devorado uma cobra e pousada sobre um cactus, imagem que até hoje está estampada na bandeira nacional mexicana. Essa foi a mensagem do deus da guerra e do sol, Huitzilopochtli, para indicar o lugar exato em que deveriam erigir a cidade para o "povo escolhido" - que os mexicas sempre areditaram ser. Tenochititlán, que sigifica, "lugar onde nascem os nepales (cactus) das pedras, chegou a ter 250 mil habitantes. E era tão bela, que o espanhol Cortez, ao chegar por aqui, escreveu ao rei contando sobre a riqueza arquitetônica e organizacional dos indígenas:

“La cual ciudad es tan grande y de tanta admiración que aunque mucho de lo que de
ella podría decir dejé, el poco que diré creo que es casi increíble, porque es muy mayor que
Granada y muy más fuerte y de tan buenos edificios y de muy mejor abastecida de las
cosas de la tierra, que es de pan y de aves y caza y pescado de ríos y de otras legumbres y
cosas que ellos comen muy buenas. Hay en esta ciudad un mercado en que casi
cotidianamente todos los días hay en él de treinta mil ánimas arriba, vendiendo y
comprando, sin otros muchos mercadillos que hay por la ciudad en partes. En este mercado
hay todas cuantas cosas, así de mantenimiento como de verstido y calzado, que ellos tratan
y pueden haber; así joyerías de oro y plata y piedras y de otras joyas de plumajes, tan bien
concertado como puede ser en todas las plazas y mercados de mundo.”



A cidade foi o centro do império azteca, que submeteu os reinos vizinhos gradualmente. Um dos motivos para as constantes guerras era anecessidade de alimentar os deuses com sangue humano. Acreditavam que isso era fundamental para que o sol nascesse todos os dias. Assim, pobre dos inimigos que caiam em combate. Se não eram mortos na luta, eram sacrificados depois para saciara sede de Huitzilopochtli. Essa necessidade de abastecimento contínuo de sangue humano fez com que os aztecas nem sempre optassem por conquistar tribos inimigas. Permitiam que algumas permanecessem independentes para, de vez em quando, atacá-las e conseguir novas oferendas.

Todos os eventos rotineiros, para os aztecas, estão relacionado aos deuses.Por exemplo, as fases da lua estão atreladas à deusa Coyolxauhqui, irmã de Huitzilopochtli. A lenda é mais ou menos a seguinte: quando Coatlicue, a mãe de ambos e deusa da terra, apareceu novamente grávida (foi fecundada por uma bola de plumas de colibri que caiu onde foi construída Tecnochtitlán e que ela guardou em seu seio), a filha achou que a velha era uma baranga e os havia desonrado. Por isso, queria matá-la. Huitzilopochtli nasceu a tempo de salvar a mãe e decapitou a irmã. Jogou sua cabeça para o céu e ela transformou-se na lua. O corpo de Coyolxauhqui rolou pelas escadas do templo (a representação dela foi encontrada aos pés do prédio dedicado ao irmão) e, assim, seus membros se separaram do corpo. As quatro partes em que se desmembrou sigificam as quatro fases do satélite da terra, do seu auge à sua "morte" pelo sol (Huitzilopochtli). Outros quatrocentos deuses irmãos deles - que eram comandados pela assassinada - foram perseguidos por Huitzilopochtli e, fugindo para o sul, tornaram-se estrelas. Acima, vai a foto da impressionante lápide representando Coyolxuahqui desmembrada, que foi encontrada em 1978, por acaso, por uma equipe da empresa de energia elétrica Forza y Luz e que permitiu o entendimento do mito.


Tortura

No dia em que completaram-se sete longos anos do uso de Guantánamo como uma prisão para "terroristas" que são submetidos a torturas pelos norte-americanos - e a quem são negados advogados ou julgamentos justos - visitei um museu dedicado à tortura. Reúne artefatos empregados para fazer prisioneiros falarem ou simplesmente serem punidos por seus desvios de conduta. Por aqui, a Inquisição teve força. Buenas, a descrição das torturas dá calafrios e a convicção de que somos pródigos na arte de fazer sofrer. Desde as gaiolas em que deixavam os presos para morrer, até o serrote, que era usado com o condenado de ponta-cabeças para que continuasse vivo até que o metal alcançasse seu peito, é tudo horripilante. O interessate é que em muitos dos textos há referências ao uso, hoje, de métodos parecidos aos do período medieval, em diversos cantos do mundo.

Com apetite de leão depois de uam exposição tão cheia de carne, fui em busca de mais chapolines, os grilos. Tô me tornando fornecedor oficial. Amanhã vou levar para a aula de espanhol para que o povo que não experimentou possa fazê-lo. Trouxe os bichanos para casa e os degustei com uma cervejinha bem gelada. Son ricos. O próximo prato exótico da lista são ovos de formiga, que espero encontrar amanhã em outro mercado público que me indicaram. Outra coisa engraçada são as balas de goma doces cobertas com chile, a pimenta que está em tudo por aqui. Até bergamota com pimenta se pode encontrar. Também são curiosas as saladas-de-frutas que vendem nas ruas: mamão, melão, melancia, abacaxi e...pepinos (kuakuakuakua). Suco de pepino também é comum por estas terras. Mas fugindo das coisas estranhas, bons mesmo são os tacos. Principalmente os de pastor. O mole também é bom, ainda que não me esteja completamente acostumado à combinação de coisas salgadas com chocolate...Já estou mais habituado à pimenta, pelo menos. Já era tempo. Vou procurar um curso de culinária para prender alguns macetes.

Cinema


Também aproveitei a troca de filmes, na sexta-feira, para ir ao cinema algumas vezes. Tive o desprazer de ver Austrália e Sete Almas, dois filmes sofríveis. Mas também a alegria de assistir Rudo Y Cursi, filme mexicano muito legal, e La Orilla del Cielo, película alemã de primeira linha. Ainda na área do entretenimento, o futebol recomeça aqui na próxima semana, com o Torneio Clausura. Mas antes disso, amanhã, vou ao encontro de outra paixão mexicana: a luta livre. Sim, aquelas bem pastelão, tipo gigantes do ringue e que são adoradas por aqui. Há muitas e muitas revistas dedicadas à modalidade. Amanhã, o embate principal reúne Dos Caras Jr., Blue Panther e Máscara Negra, que enfrentarão Terrible, Vilano III y Texano. Que vençam os melhores. Ou seja, aqueles que o famosos Conselho Mundial de Lucha Libre escolher!


Hasta luego. Extraño ustedes.


Gustavo








quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Chapolines y extraño


Buenas hermanos. Vuelvo a escribir después de una semana. Estoy más despacio con el blog para que no sea aburrido para ustedes leerlo. Como pueden ver, las clases de español empezaran y agora intentaré escribir más vezes en el idioma local. La vida por aquí está buena y hazo constantes descobiertas sobre temas variados. Uno de los novos conocimentos és sobre la palabra extraño que, en español, normalmente no tiene el mismo sentido qué en portugués. Aquí, extrañar algo és lo mismo que sientir mucha falta. Así, hermanos, extraño a ustedes, que están tan lejos y al mismo tiempo muy perto de mí.

Otra descobierta son los chapolines. Para quien no sabe, son grillos. Si, los insectos que costumbramos ver por las noches también en Brasil. Aquí son alimento para la gente. Ya los probé en el centro de la ciudad y son muy ricos, condimentados con sal y limón. Postaré algunas fotos en el blog de está especialidad mexicana. Para mi tristeza, en este momento está muy difícil encontrar algunso tipos de guzanos para probarlos, porque solo aparecen en la época de las lluvias, que és en la mitad del año. Voy a necesitar beber algunos mescales para que el gusano de la botella caya in mí vaso y pueda satisfacer mi deseo...

El año nuevo estaba bueno. Caminamos hasta el Paseo de La Reforma. La gente és muy educada, pero también un poco aburrida porque no se puede bebir nada alcohólico por las cales. Así, no tuviemos la oportuidad para hacer un brinde a 2009. También és cierto que aqui está la mayor quantidad de gente fea del mundo...

Buenas, regalé a mi mismo una neuva tattoo. Para hacerla necesité 7h, pero el resultado fue fantástico. Hice un deseño de lo calendário maya. Los precios del las tattoos por aquí san muy bajos y por esto devo aprovechar para hacer más.

Tengo despertadome temprano para ir a las clases y como vuelvo a la casa solo por las 3h de la tarde está un poco difícil para mirar nuevas atracciones. Antes de lunes tuve la oportunidad de estar en lugares muy interesantes, como el Museo de Antopolgia, que es enorme. Fue con el hermano argentino Pablo. Nos quedamos por siete horas en el museo y hemos visto solamente la mitad. Hay piezas de todas las partes de Mexico y aún una sala sobre la antropologia y los recursos empleados por científicos para descubrir datos como datas y composición de los materiales.

En el domingo estuve en Templo Mayor, en el centro. El sitio arqueológico está cercano del Zocalo, la Plaza Principal de la ciudad. Fue construído en el século XIV y su último gobernante fue el leyendário Cuauathemoc, que resistió a los españoles. El lugar fe destruído por los españoles que usarán el espacio para construir a la catedral y empezar la edificación de sus habitaciones. Al largo de los últimos 30 años és que empezaram a hacer las buscas arqueológicas ma simportantes y han encontrado varias piezas y edificios aztecasque hacian parte de la ciudad. El museo del Templo Mayor también está ubicado allí y me encantó. Su nombre és, en verdad, Templo de Tenochitlan y estuve dedicado a los dioses Tláloc, de la lluvia (en la península Yucatan su nombre fue Chaac), e Huitzilopochtli, el dios de la guerra y del sol. Hay una impresionante pieza retratando Coyolxauhqui, la hermana de Huitilopochtli, que fue muerta por elle despues que intentó matar su madre, Cuatlicue, "la madre de los dioses" o "madre de la tierra".

Buenas, también recorri el Museo de Cera, que és muy divertido. Fue, aún, al Palácio de Bellas Artes, donde están murales de Diego Rivera, Orozco y otros artistas mexicanos, que impresionan por las formas, colores y fuerza. En el mismo edifício está una mostra sobre Dolores Olmedo, que fue una de las primeras personas a reconecer el talento de Rivera y Kahlo y coleccionar sus obras. Quando Rivera murrió, donó todas sus pinturas a ella. Y ella, en su testamento, donó todo al puelo mexicano. Salindo de ali, fue al Museo Mural de Diego Rivera, en que está la obra Sueño de una tarde de domingo. En ella, Rivera represntó personagenes de la história mexicana, elementos de la cultura local y tambiém hice referências a La Inquisición. El museu reúne aún documientos sobre la perseguición religiosa en México.

Buenas, a quien gustan los animales no recomendo el zoológico. És el mayor de Latinoamerica, pero triste. Muchos animales están solos, sin parejas. La mayor parte tiene poco espacio. O sea, muy feo. Pelo minos pude ver de pierto perros mexicanos, los Tepeitzcuintlis, cuya principal caracteristica és no ter pelos. El zoo está en Parque Chapultepec, uno de los más bellos y grandes de Mexico y que se queda siempre lleno.

Carajo, ya escrebi demasiado. Hasta luego y que 2009 sea un año incrible para todos nosostros.
Hasta luego, abrazos,
Gustavo