segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Cradle of Filth, mais templos e entretenimento


Uma banda de metal com dono tem seus lado positivo e negativo. O negativo (primeiro a notícia ruim) é que os demais músicos, algumas vezes, se portam com a emoção de samambaias quando estão no palco, como aconteceu no último domingo, na apresentação do Cradle of Filth, no México. A parte boa é a de que que o líder do grupo de esforça para manter a reputação, como também pode ser visto no mesmo espetáculo. Dani Filth não pára um minuto sequer no palco. Chama o público a todo o momento e se esgoela constantemente para manter o astral em alta - para quem não sabe, os gritos dele são uma "marca" registrada do grupo. Mesmo "montado" com sua roupa peculiar e sua plataforma de 20 cm (Dani é um tampinha que mesmo de salto alto é mais baixo que a tecladista boazuda que o acomapnaha), ele agita pra caramba e sacode o pescoço como, sinceramente, eu nunca tinha visto antes. Quando crescer, que ser um headbanger como ele.

O show foi no Circo Volador, um centro cultural onde são desenvolvidos projetos socioculturais que ajudam à juventude pobre da cidade do México a encontrar um refúcio na música e artes associadas a ela, como o grafite. Há inclusive um estúdio de gravação que pode swer utilizado pela gurizada para registrar sua obra. O lugar também é muito bom para ver uma banda em ação, já que é bem íngreme. O começo da soe do Cradle foi prejudicado por um som confuso e com os vocais baixos. Mas isso só por duas músicas. Na terceira, a clássica The Principle of Evil Made Flesh, o som já estava perfeito e o público foi ao delírio. Aí a pauleira comeu solta até o fim da apresentação. Os mexicanos são realmente muito comportados, não rolou nem pit, oq ue torna a cena um pouco fria para os padrões convenconais. Mas foi divertido. Agora é esperar pela sexta-feira, quando se apresenta o Kataklysm, no Hard Rock Café daqui. Não creio que vá combinar muito bem a música como lugar, mas quem sabe...

Finde


O final de semana foi bacana. No sábado, voltei ao Zocalo, centrão da cidade. Fui visitar o Palácio del Gobierno, que é lidíssimo e ainda mais legal por conta dos murais de Diego Rivera que contam a história do País. Estava vestindo a camiseta do Seultura que, por motivos que não souberam explicar os guardas do lugar - insistiam em falar um inglês incompreensível mesmo depois de eu avisar que sou brasileiro -, chamou muito a atenção deles. Um cutucava o outro pra ver. Enfim, mistério...Do palácio até a Catedral são cinquenta metros pela praça. Nesse percurso, dá para ver um bocado de regalitos á venda e também alguns grupos que, caracterizados como aztecas, interpretam músicas com tamores e músicas que, dizem, são do tempo em que os mexicas (aztecas) mandavam por aqui. Bem, sobre a catedral, só posso dizer que é a igreja mais impressionante que já vi na vida. Enorme, com ouro pra todos os lados. Linda pra caramba, ainda que tenha sido erguida a custa de muito sangue. À frente dela, deixaram alguns pedações de escavações antropológicas à mostra, que permitem ver que ali estava a cidade de Tenochtitlán, o Templo Mayor dos maias, que foi - já falei sobre ele anteriormente - construído, segundo a lenda, onde os indígenas avistaram a uma águia devorado uma cobra e pousada sobre um cactus, imagem que até hoje está estampada na bandeira nacional mexicana. Essa foi a mensagem do deus da guerra e do sol, Huitzilopochtli, para indicar o lugar exato em que deveriam erigir a cidade para o "povo escolhido" - que os mexicas sempre areditaram ser. Tenochititlán, que sigifica, "lugar onde nascem os nepales (cactus) das pedras, chegou a ter 250 mil habitantes. E era tão bela, que o espanhol Cortez, ao chegar por aqui, escreveu ao rei contando sobre a riqueza arquitetônica e organizacional dos indígenas:

“La cual ciudad es tan grande y de tanta admiración que aunque mucho de lo que de
ella podría decir dejé, el poco que diré creo que es casi increíble, porque es muy mayor que
Granada y muy más fuerte y de tan buenos edificios y de muy mejor abastecida de las
cosas de la tierra, que es de pan y de aves y caza y pescado de ríos y de otras legumbres y
cosas que ellos comen muy buenas. Hay en esta ciudad un mercado en que casi
cotidianamente todos los días hay en él de treinta mil ánimas arriba, vendiendo y
comprando, sin otros muchos mercadillos que hay por la ciudad en partes. En este mercado
hay todas cuantas cosas, así de mantenimiento como de verstido y calzado, que ellos tratan
y pueden haber; así joyerías de oro y plata y piedras y de otras joyas de plumajes, tan bien
concertado como puede ser en todas las plazas y mercados de mundo.”



A cidade foi o centro do império azteca, que submeteu os reinos vizinhos gradualmente. Um dos motivos para as constantes guerras era anecessidade de alimentar os deuses com sangue humano. Acreditavam que isso era fundamental para que o sol nascesse todos os dias. Assim, pobre dos inimigos que caiam em combate. Se não eram mortos na luta, eram sacrificados depois para saciara sede de Huitzilopochtli. Essa necessidade de abastecimento contínuo de sangue humano fez com que os aztecas nem sempre optassem por conquistar tribos inimigas. Permitiam que algumas permanecessem independentes para, de vez em quando, atacá-las e conseguir novas oferendas.

Todos os eventos rotineiros, para os aztecas, estão relacionado aos deuses.Por exemplo, as fases da lua estão atreladas à deusa Coyolxauhqui, irmã de Huitzilopochtli. A lenda é mais ou menos a seguinte: quando Coatlicue, a mãe de ambos e deusa da terra, apareceu novamente grávida (foi fecundada por uma bola de plumas de colibri que caiu onde foi construída Tecnochtitlán e que ela guardou em seu seio), a filha achou que a velha era uma baranga e os havia desonrado. Por isso, queria matá-la. Huitzilopochtli nasceu a tempo de salvar a mãe e decapitou a irmã. Jogou sua cabeça para o céu e ela transformou-se na lua. O corpo de Coyolxauhqui rolou pelas escadas do templo (a representação dela foi encontrada aos pés do prédio dedicado ao irmão) e, assim, seus membros se separaram do corpo. As quatro partes em que se desmembrou sigificam as quatro fases do satélite da terra, do seu auge à sua "morte" pelo sol (Huitzilopochtli). Outros quatrocentos deuses irmãos deles - que eram comandados pela assassinada - foram perseguidos por Huitzilopochtli e, fugindo para o sul, tornaram-se estrelas. Acima, vai a foto da impressionante lápide representando Coyolxuahqui desmembrada, que foi encontrada em 1978, por acaso, por uma equipe da empresa de energia elétrica Forza y Luz e que permitiu o entendimento do mito.


Tortura

No dia em que completaram-se sete longos anos do uso de Guantánamo como uma prisão para "terroristas" que são submetidos a torturas pelos norte-americanos - e a quem são negados advogados ou julgamentos justos - visitei um museu dedicado à tortura. Reúne artefatos empregados para fazer prisioneiros falarem ou simplesmente serem punidos por seus desvios de conduta. Por aqui, a Inquisição teve força. Buenas, a descrição das torturas dá calafrios e a convicção de que somos pródigos na arte de fazer sofrer. Desde as gaiolas em que deixavam os presos para morrer, até o serrote, que era usado com o condenado de ponta-cabeças para que continuasse vivo até que o metal alcançasse seu peito, é tudo horripilante. O interessate é que em muitos dos textos há referências ao uso, hoje, de métodos parecidos aos do período medieval, em diversos cantos do mundo.

Com apetite de leão depois de uam exposição tão cheia de carne, fui em busca de mais chapolines, os grilos. Tô me tornando fornecedor oficial. Amanhã vou levar para a aula de espanhol para que o povo que não experimentou possa fazê-lo. Trouxe os bichanos para casa e os degustei com uma cervejinha bem gelada. Son ricos. O próximo prato exótico da lista são ovos de formiga, que espero encontrar amanhã em outro mercado público que me indicaram. Outra coisa engraçada são as balas de goma doces cobertas com chile, a pimenta que está em tudo por aqui. Até bergamota com pimenta se pode encontrar. Também são curiosas as saladas-de-frutas que vendem nas ruas: mamão, melão, melancia, abacaxi e...pepinos (kuakuakuakua). Suco de pepino também é comum por estas terras. Mas fugindo das coisas estranhas, bons mesmo são os tacos. Principalmente os de pastor. O mole também é bom, ainda que não me esteja completamente acostumado à combinação de coisas salgadas com chocolate...Já estou mais habituado à pimenta, pelo menos. Já era tempo. Vou procurar um curso de culinária para prender alguns macetes.

Cinema


Também aproveitei a troca de filmes, na sexta-feira, para ir ao cinema algumas vezes. Tive o desprazer de ver Austrália e Sete Almas, dois filmes sofríveis. Mas também a alegria de assistir Rudo Y Cursi, filme mexicano muito legal, e La Orilla del Cielo, película alemã de primeira linha. Ainda na área do entretenimento, o futebol recomeça aqui na próxima semana, com o Torneio Clausura. Mas antes disso, amanhã, vou ao encontro de outra paixão mexicana: a luta livre. Sim, aquelas bem pastelão, tipo gigantes do ringue e que são adoradas por aqui. Há muitas e muitas revistas dedicadas à modalidade. Amanhã, o embate principal reúne Dos Caras Jr., Blue Panther e Máscara Negra, que enfrentarão Terrible, Vilano III y Texano. Que vençam os melhores. Ou seja, aqueles que o famosos Conselho Mundial de Lucha Libre escolher!


Hasta luego. Extraño ustedes.


Gustavo








Um comentário:

dffan disse...

Cara, Dani Filth eh mesmo tão pequeno assim??
rsrs
Eu ouço muito isso, mas não consigo ter muita noção do quanto pelas fotos. Qto vc calcula q ele tenha de altura?? Não me diga menos de 1,60 pq senão eu choro!! rsrsrsrsrs
De qualquer forma, eu sou grande fã do cara. Ele faz uma grande performance, muito intensa, e além de bom compositor é um cara q luta a alma pra manter a banda. Ele é batalhador, não há como duvidar.
Lamento apenas os gritos. Eu realmente desejaria q ele cantasse mais ao envés de dar tanta ênfase na carreira dele ao berros (o vocal limpo dele é incrível. Vc pode ouví-lo na faixa Saffron's Curse do álbum Midian, por exemplo. E é doce escutar), mas enfim...
rsrs
Diga aí qto vc acha q ele mede?
rsrsrsrsrsrs