quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Ao som da maraca, do tambor do bambu...

...eu vou pra lha de Cuba, eu vou pra Ilha de Cuba! Não vou numa caravela, nem na Santa Maria, mas vou feliz depois de achar que não permitiriam meu regresso á terra de Fidel e da Revolução. Pois bem, se o visto de jornalista não saiu no Brasil, no México descolei o de turista. Agora é definir a data, comprar a passagem e ser feliz por lá, país que tanto venero. Quem acompanha a trajetória de preparação dessa viagem, sabe o quão importante é para mim passar por esse destino. E felizmente consegui. Mas enquanto a Ilha não se torna realidade...

...vou curtindo o México
Bem, começo pelo pastelão da luta-livre. Fui junto com uma americanada que apareceu aqui pelo albergue e queria muito ver os combates hilários. Aqui luta-livre é coisa séria até a página três. É uma verdadeira festa, com muito riso, gritos ensaiados da torcida - que xinga desde a mãe do lutador ate o próprio. E o enredo dos embates é basicamente o mesmo. Os marmanjos entram, começam a trocar provocações até que o juiz da início ao duelo. A cada noite de espetáculo são cinco lutas, dos principiantes aos campeões mundiais. E dá para perceber bem a diferença entre os experientes e os novatos, nos golpes ensaiados. Alguns divertidíssimos como o verdadeiro “amassa-saco”, em que dois lutadores seguram o adversário de pernas abertas e um terceiro voa das cordas do ringue e “acerta” os países baixos do oponente. É tudo orquestrado. As lutas terminam na terceira caída e “coincidentemente” sempre há um empate de 1 a 1 que leva ao decisivo round. Durante o combate vale lutar do lado de fora do ringue, marmanjo cair sobre a torcida, enfim, pastelão total. Mas vale o ingresso – que é bem barato – por tratar-se de uma verdadeira paixão nacional mexicana.
Buenas aproveitei esses dias para conhecer também o museu da revolução. No monumento à revolução, que é gigantesco e fica sobre o museu, estão os corpos de personalidades que tomaram parte no conflito, como Pancho Villa. O museu é bastante simples, mas um dos melhores que vi até agora pela qualidade das informações. Ricas, diretas e que permitem entender bem os motivos para que a luta começasse. E é impressionante ver – e dá um pouco de vergonha quando penso na nossa história – o número de vezes que os mexicanos se levantaram contra a exploração. Infelizmente, apesar dos pequenos êxitos, fica claro que, como em boa parte dos feitos históricos latino-americanos, a seqüência dos fatos normalmente traz traição à causa por quem ocupa o poder.
Na sexta, fui conferir o show do Kataklysm, no Hard Rock Café. Amigo Victor – para quem não sabe, é meu grande parceiro de shows de metal e também o único headbanger cearense que conheço -, valeu cada minuto. Os caras tocaram muito, estavam empolgadíssimos. Oi bom pra caramba, apesar da chuva fina que tomei na cabeça no percurso, combinada ao frio de quase zero graus que assolou o México na semana passada.
Também fui ao mercado de La Merced em busca dos benditos uevos de hormiga, mas não tive sucesso. Mas não tem problema, rolou um bom de um queijo oaxaca, que é tradicional aqui (e parece borracha), bem como um mole poblano de primeira categoria que continuo a devorar aqui no albergue quase que diariamente.
Na semana passada o albergue tava bem divertido, já que rolou um quarto latino. Eu, Haizea, uma espanhol – ou melhor, uma basca, já que ela tem asco de espanhóis -, Miguel, um mexicano e Jaime, um colombiano. Pessoal muito gente boa, bons bate-papos sobre política, literaura, música, etc. Creio que foi a melhor combinação no dormitório até agora. Mas, como tudo que é bom dura pouco, foram só quatro dias de convivência e cervejada.
O curso de espanhol vai bem. A turma cresceu de cinco para onze pessoas das quais nove são japoneses. Umas figuraças, super animados. E fiquei lisonjeado com o fato de quase todos terem me pedido para ficar uma semana mais ou aind amais tempo. Dizem que “la clase sin usted és aburrida”, Não entendo bem o motivo, já que falo o essencial, mas achei bacana demais. Hoje fomos todos ao cinema, ver El Che, que é uma baita filme (eles não gostaram). E amanhã vamos ver uma das japas trabalhar como Dj num boteco daqui. Isso vai ser histórico. Eu escutando música eletrônica...Mas vá lá, o que importa é a parceria.
No final de semana fui ao Bosque de Chapultepec outra vez epor casualidade encontrei Tomo e Eri, duas das japonesas que são minhas colegas e rumamos ao Museu de Arte Moderna. Foi divertido e valeu a pena ter movido o esqueleto para ver “Las dos Fridas”, de Frida Kahlo. Depois me convidaram pra jantar. Quem adivinhar que tipo de comida, ganha um doce (risos). Claro que japonesa. Matei a saudade do Guioza. Mas por outro lado se fortaleceu meu desejo, que está se tornando permanente, por uma feijoada e por um churrascão!
Beijos e abraços,
Gu

Um comentário:

Erika. disse...

Ai amigo... pela primeira vez desde que você partiu, tô sentindo inveja!!!!!!!! Por aqui, relatórios e mais relatórios.... e no meio deles, aquela babaquice de instituição de ensino (?) que você sabe.... Só ontem, depois de quase dois meses e (juro!) 17 versões, o caderno seguiu pra Folha. Afe! Tenho certeza que tomei cachaça no Santo Graal na encarnação passada.Mas e aí? Já comprou a passagem pra terra do comendante? Aliás, hoje a Folha deu uma foto dele (parece estar bem). E aquela outra coisa da qual a gente vive falando? Já providenciou? H, he, he... Mande notícias. Te amo!