segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Direto da Guatemala

Olá, amigos! Em primeiro lugar, peco desculpas pela falta de acentos. O teclado aqui é diferente. Para botar a porra do sinal de arroba eh preciso digitat ALT + 64. Só para terem uma idéia da chatice.

Cheguei bem na Guatemala. Confesso que ainda com uma sensacao de fracasso por nao estar indo a Cuba, que mora no meu coracao. Mas paciencia. O Comandante deve ter la seus motivos e nao eh isso que vai me fazer desacreditar nele.

Tive o prazer de viajar em um aviao brazuca, da Embraer, no caminho até aqui e constatei que eles podem ensinar os gringos a fazerem uns bancos mais largos. Bem, o hotel em que estou fica na Zona 1, no centro da cidade. Banheiro compartilhado, mas limpinho, café da manha barato e reforcadissimo. Como em todas as outras capitais que conheco, o centro eh meio perigoso. Ja alertaram bastante sobre os roubos, mas até agora, tudo tranquilo.

Apesar do pouco tempo, já deu para perceber que os guatemaltecos sao muito simpáticos. Eh só dar um buenos dias, buenas tardes ou buenas noches que abrem o sorriso e conversam. Sao timidos pra caramba também. Certamente heranca da ditadura e dos anos da guerra civil, uma das mais longas da america latina. Ha muita gente armada, principalmente nas lojas, protegidas por sagurancas. Nelas, os balcoes com equipamentos digitais sao fechados com correntes e cadeados. Dizem que a policia eh pouco confiavel. Ha tambem varios cartazes de desaparecidos politicos espalhados pela cidade. Aqui estao vivendo uma explosao de telefonia celular e lan houses. Onde tu olha tem uma dessas duas coisas. E de credito. Tudo em 12 vezes...parece que a historia em nosso continente soh muda de lugar.

Ontem fui num show de heavy metal por aqui (Black Metal, na verdade - aliás é o estilo preferido deles). Tocaram quatro bandas: Falso Profeta, Necropsia, Eterni Impeler e Abyssum. Essa última é a banda do Ebvleb, o cara que vou entrevistar e que é "o" líder da cena na cidade. O show foi num estacionamento, curiosamente ao lado de uma igreja. E dava para ouvir o povo cantando hinos religiosos nos intervalos entre os shows dedicados ao capeta (kuakuakua). A gurizada que estava presente era unanime em falar mal da religiao e do governo. O som podia estar melhor, já que as músicas sao boas, o público era de pouco mais de 100 pessoas, mas foi divertido. Bandas empolgadíssimas e headbangers também. Quando cheguei, nao sei quem estava mais acanhado, eu ou os guatemaltecos. Muitos chegavam para falar comigo, curioso e ficavam bem mais a vontade quando sabiam que eu era brasileiro (todo mundo achava que eu era americano). Bati uns bons papos. Legal é que além de Sepultura, Sarcófago e Krisiun, os caras conheciam mais uma referencia brasileira, e nao era o Pelé. Era Lula da Silva. Virei celebridade e até teve gurizada tirando foto comigo (kuakuakuakua). Um dizia que achava que eu era o vocalista do Burzum. Eu disse que se o cara nao estivesse preso eu ficaria mais lisonjeado.

Buenas, hoje vou ateh o museu antropologico. Aprender um pouco mais sobre os maias.

Beijos a todos.

Um comentário:

Rosane Aubin disse...

mas bah, alemão Tupamaro, tu vais ficar conhecido em toda a américa Latina deste jeito, e na próxima os caras vão dizer que conhecem Pelé, Lula e o metaleiro alemão! rsrsrsrs